quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

RESUMO DO LIVRO " Manual de Conforto Térmico"


 Ao se projetar um imóvel, é de grande importância a preocupação em relação aos fatores climáticos do lugar. Como observado no livro “Manual do Conforto Térmico”, das autoras Anésia Frota e Sueli Schiffer, o estudo climático do local a ser construído permitirá ao arquiteto projetar uma edificação 100% aproveitável, utilizando recursos já disponíveis e diminuindo seu custo.
 O primeiro fator é a radiação solar. A partir da observação do sol sabemos a distribuição das temperaturas sobre a terra, determinamos o clima e as variações anuais de cada lugar. Os fatores climáticos, como circulação atmosférica, distribuição de terras e mares, relevo do solo, revestimento do solo, latitude e altitude tem que ser observados e tidos como de grande importância ao resultado final da obra.   A altitude em relação ao nível do mar é um dos fatores de maior importância, pois a temperatura do ar está diretamente ligada com a altura, em proporção constante. Outros fatores como as brisas terra-mar, a topografia, o revestimento do solo e os ventos merecem atenção e estudos, pois a partir da ação de todos eles juntos nos levam a identificar que em qual tipo de clima estamos construindo a nossa obra, nos ajudando a fazer as melhores escolhas possíveis para o local. Pois mesmo dentro de uma mesma cidade, principalmente sendo ela uma capital ou metrópole, há grandes variações climáticas, principalmente se houver um grande centro urbano criando as chamadas ilhas de calor.
 Sendo assim, o Brasil, por ser um pais tropical, sendo cortado pelo Tropico de Capricórnio e pela linha do Equador, merece uma atenção maior pela variação climática, sendo possível numa mesma região próxima, haver consideráveis variações em relação ao clima em diferentes épocas do ano.  A predominância do calor em boa parte do país leva o arquiteto a utilizar recursos que amenizem as altas temperaturas no interior dos ambientes, como o uso reduzido de vidros nas fachadas, projetos modernos que facilitem a circulação do ar, como a ventilação cruzada e o pé- direito, e a volta do brise –soleil, onde suas laminas bloqueiam os raios de sol antes que eles incidam no concreto. Mesmo em regiões extremamente quentes onde não é possível a utilização somente de recursos naturais para o conforto térmico, pode-se haver a maior exploração dos mesmos, desencadeando na redução de equipamentos de refrigeração ou aquecimento, e até mesmo na não utilização em certas épocas do ano, como foi citado no livro.
 As autoras deram maior importância a dois tipos de climas do Brasil : o quente seco, clima típico de cidades como Brasilia, e  o quente úmido, como a cidade de Salvador. Para cada tipo de clima, é importante o arquiteto e urbanista saber planejar e explorar cada área, estando sempre atento para a direção dos ventos e incidência solar, para o melhor funcionamento das cidades. Como é explicado no livro, no clima seco há grande variação de temperatura diurna e noturna, sendo dever do arquiteto que as “construções sejam as mais compactas possíveis, para possibilitar que menores superfícies fiquem expostas tanto à radiação quanto ao vento, que normalmente, em clima seco, traz também consigo poeira em suspensão”, bem como aberturas pequenas já que não há vantagem na ventilação e protege contra a radiação solar direta. No urbanismo os prédios devem ser projetados para fazer a maior quantidade de sombras, podendo também a vegetação exercer esse papel, alem de funcionar como barreira aos ventos e reter a poeira do ar. Os espelhos d’água e chafarizes também são importantes nesse tipo de clima pois “a umidificação que esta água ao se evaporar trará ao ar próximo permitirá maior sensação de conforto às pessoas”.
 No clima quente úmido, não há grande variação de temperatura diurna e noturna, sendo necessário outros tipos de cuidados para o conforto térmico das pessoas, como por exemplo a grande ventilação dos ambientes, principalmente quando a temperatura externa está menor que a interna. É importante que as aberturas estejam protegidas contra a radiação solar externa, mas sem atrapalhar a circulação dos ventos. A vegetação, alem de fazer sombras, também não pode atrapalhar na circulação dos ventos. As edificações nos lotes urbanos devem “estar dispostas de modo a permitir que a ventilação atinja todos os edifícios e possibilite a ventilação cruzada nos seus interiores”. Independente de ser quente seco, ou quente úmido, o pedestre tem andar em lugares sombreados e sem ligação direta com radiação solar, sendo amplamente utilizado o uso da vegetação e/ou marquises e toldos para a sua proteção. “Materiais que reflitam muito a radiação solar ou que tenham grande poder de armazenar calor também devem ser evitados nas superfícies externas, principalmente em climas úmidos, pois, à noite, o calor armazenado, ao ser devolvido para o ar, dirigir-se-á tanto para o interior como para o exterior das edificações”.